segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Brasil precisa de política para salvar futebol
O Brasil tem sido ao longo dos últimos anos um dos maiores exportadores de mão de obra no mercado do futebol mundial. Desde os grandes centros até os mais modestos a presença de jogadores brasileiros se faz presente. Este importante mercado exportador, no entanto, vem gerando um grave problema interno que ainda não despertou a atenção do governo e dos próprios clubes: a qualidade do futebol disputado internamente no país está a cada ano pior.
O fiasco do Atlético Mineiro, no Mundial de Clubes, é exemplo clássico da falta de qualidade dos clubes brasileiros, demonstrada de forma fragrante há alguns anos, quando o Santos - um ícone do futebol mundial, devido a figura de Edson Arantes do Nascimento, Pelé e cia - foi derrotado de forma vergonhosa pelo Barcelona por 8 a 0.
Já é comum muitas crianças no Brasil serem torcedoras do Barcelona ou equipes estrangeiras, como o Bayern, em detrimento de equipes nacionais, o mesmo ocorrendo com alguns jovens.
A própria seleção Brasileira que disputará o Mundial de 2014 demonstra a pouca importância do futebol praticado internamente, sendo reduzido o número de atletas que atuam em equipes nacionais, no grupo do técnico Felipão. A esmagadora maioria atua em equipes estrangeiras.
Futebol do bagaço da laranja
Há anos que o futebol brasileiro se acostumou a trazer de volta para o país o chamado bagaço da laranja. Ou seja, atletas que cumpriram seu papel no exterior, quando chegaram no auge da carreira e que agora retornam ao país para descalçar as chuteiras, pois em "terra de cego" conseguem, apesar da idade avançada e da queda de rendimento, serem destaques em suas equipes.
Um exemplo disso, é a estrela do Atlético Ronaldinho Gaúcho, que no futebol brasileiro ainda consegue fazer a diferença, mas quando colocado em confronto com equipes do futebol mundial, simplesmente desaparece em campo. O holandês Clarence Seedorf depois de esgotado seu ciclo no exterior encontrou no Botafogo espaço para se destacar, tal a baixa qualidade de nosso futebol.
Sem espaço no Porto, o atacante Walter, sobretudo em virtude de seu sobrepeso e da maior exigência, em termos de qualidade, do futebol português acabou sendo um dos destaques do Campeonato Brasileiro, fazendo fila em cada jogada diante de marcadores medíocres que recheiam as diversas defesas de clubes da série A do Campeonato Brasileiro.
Juninho Pernanbucano, depois de anos e anos brilhando no futebol francês, conseguiu forças suficientes para se tornar a grande estrela do Vasco da Gama e da sua forma física e rendimento dependeram enormemente a equipe.
No Fluminense, o brasileiro, naturalizado português, Deco depois de não ter mais espaço em Portugal foi recrutado passando a ser o maestro do meio campo do tricolor. Por problemas físicos teve de abandonar o futebol e com ele, a equipe campeã brasileira desmoronou nos gramados. Agora, para salvar a lavoura, o Flu está trazendo de volta do futebol chinês o veterano argentino Dario Conca.
Se não houver a adoção de uma política de fortalecimento dos principais clubes brasileiros, em termos de torcida e história, em pouco tempo, o futebol brasileiro passará a ser uma mercado periférico, em que pese a construção de modernas arenas esportivas, com o país assumindo de vez a posição de simples mercado exportador de mão de obra barata.
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