terça-feira, 8 de outubro de 2013

Técnicos à beira de um ataque de nervos

A profissão de técnico de equipes da séria A do futebol brasileiro está entre as mais rentáveis no mercado profissional brasileiro. Aqueles que conseguem ter seus nomes entre os mais conceituados no mercado nada têm a reclamar em relação a pouca estabilidade no cargo, pois normalmente as demissões acabam sendo recheadas por polpudas indenizações. Há casos mesmos que são os técnicos os que demitem os patrões clubes, como no episódio da saída de Muricy Ramalho do Fluminense, quando apontou uma ratazana nas arquibancadas das Laranjeiras. Quando as coisas também não estão dentro do esperado ou do combinado, o técnico simplesmente pega o seu boné e cai fora. Entre muitos exemplos estão a saída de Autuori do Vasco da Gama e de Mano Menezes do Flamengo.

Por isso, comparar a realidade do futebol brasileiro com a praticada na Europa, onde técnicos se eternizam nos cargos não tem qualquer sentido. Trata-se de um futebol de países do primeiro mundo, onde o planejamento é levado a sério e de forma profissional. Nos clubes brasileiros reina o amadorismo e muitas vezes os aproveitadores que se enquistam nas diretorias para benefício próprio. O futebol, em si, é um grande negócio para os que neles militam. E a paixão pela camisa, por enquanto, ainda fica com alguns abnegados torcedores, pois há também os torcedores profissionais que mais se interessam por seus bichos, generosamente passados por dirigentes.

Atualmente, o que grande parte de nossos técnicos precisam evoluir é no próprio comportamento durante as competições. Muitos deles passam péssimo exemplo para os jogadores, levando intranquilidade ao grupo, quando à beira do gramado esbravejam com o juiz, com o quarto árbitro, com o bandeirinha, com o gandula, sendo comum os frequentes casos de expulsão, dando a entender, em muitos casos, que falta alguma fariam se ficasse simplesmente em casa.

O jogador que está diante de um técnico indisciplinado, mal educado (alguns não tem condições sequer de dar uma entrevista a uma emissora de rádio ou televisão pela falta de postura no palavreado), também, se acha no direito de ser uma réplica do comandante dentro do gramado. Por isso, com a falta de técnica abusam no jogo violento, na reclamação insistente com o juiz (como um Rogério Ceni da vida) e até mesmo com atos inconsequentes como a de receber cartão amarelo por atitudes infantis.

Quando se tem um técnico à beira do gramado, prestes a um ataque de nervos, é difícil que uma equipe tenha tranquilidade para atuar e a falta de técnica aumentam os casos de erros de passes de cinco metros. O campo de futebol é transformado em campo de batalha.


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