sábado, 12 de outubro de 2013

Brasil e a sua Legião Estrangeira

Sétima economia do mundo, pentacampeão mundial de futebol, o Brasil tem no cenário mundial
no seu esporte mais popular um típico comportamento de país subdesenvolvido. Na partida contra
a Coreia do Sul, o técnico Felipão Scolari escalou apenas dois atletas que atuam no futebol brasileiro, mantendo a tendência de valorização de jogadores que atuam no exterior, mesmo que tenham nível idêntico ao dos clubes nacionais ou até mesmo inferior.

A subserviência que é uma marca dos países do terceiro mundo em relação aos grandes centros mundiais (o presidente do Uruguai recebe em Palácio uma bandinha de rock inglesa, com status de grandes estadistas, o que também é comum no próprio Brasil) é tanta que as partidas da seleção pentacampeã foram terceirizadas para uma empresa pela CBF e como verdadeiros caça níqueis nossos atletas são submetidos a partidas como a deste sábado, onde o maior adversário da Legião Estrangeira acabou sendo o fuso horário.

A falta de uma política pública de valorização do mais popular esporte nacional tem feito de nossos clubes meros exportadores de mão de obra barata para o exterior. Nossos campeonatos desorganizados e a má administração por parte dos cartolas está cada vez mais diminuindo a qualidade do nosso futebol, sendo um exemplo o próprio Campeonato Brasileiro, na qual há grande nivelamento entre as equipes. O mínimo de qualidade é mantido por atletas veteranos, que diante do calendário selvagem, muitas vezes sofrem constantes contusões ou se arrastam em campo. Qualquer atleta que desponte um pouco mais, rapidamente é negociado com qualquer equipe do exterior, mesmo para centros esportivos menos desenvolvidos.

A Legião Estrangeira montada por Felipão passa a ser a esperança do Brasil ganhar a Copa do Mundo de 2014, que no plano interno vem sendo alvo de manifestações de ruas, em virtude do próprio país não ter capacidade de fixar suas prioridades, sendo que o próprio futebol, nesse quadro aparece como vítima.

Derrotada por 2 a 0 a Coreia do Sul tem como ensinamentos aos brasileiros o fato de - como fez em educação - estar investindo fortemente nas suas categorias de base, com o intuito não só de formar futuros grandes  atletas, mas também para permitir pelo futebol a formação de futuros cidadãos.

Quando o Santos histórico de Pelé, Zito, Coutinho e Mengálvio entre outros brilhantes craques do passado é, no presente, vergonhosamente humilhado com uma goleada por 8 a 0 sobre a potência chamada Barcelona e nenhuma reação acontece no futebol brasileiro internamente, começamos ao mesmo tempo a formar uma nova geração de crianças e adolescentes que passam a ter nos clubes estrangeiros como Barcelona, Real Madrid, Milan, Chelsea, entre outros, suas novas paixões. A Legião Estrangeira também começa a tomar conta das mentes e corações dos pequenos brasileiros. (Mauricio Figueiredo)

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