CARTÃO AMARELO TEM
PESO IGUAL PARA CANELUDO
E ATLETA QUE COMEMORA
Há coisas no futebol que não têm o menor sentido. Um jogador caneludo que vive atingindo deslealmente o adversário, quando muito é punido com um simples cartão amarelo. Não se
leva em conta a preservação do craque, dos que tornam o espetáculo belo. Enquanto isso, o
atleta que faz um golaço, muitas vezes mudando a história de uma partida ou mesmo decidindo
um título importante, quando corre em direção à torcida e em um ato involuntário de verdadeira
explosão de alegria retira a camisa como em um ato heróico, também é punido com o mesmo
cartão amarelo do brucutu.
Que importância tem para o jogo o fato de o atleta tirar a camisa depois do gol? O que isso tem
de ofensivo em relação ao adversário, por exemplo? Quando muito a questão deveria dizer
respeito somente aos clubes e aos patrocinadores.
Não tem sequer sentido a alegação de que a retirada da camisa é um desrespeito ao patrocinador.
Pelo contrário, ao provar do fruto proibido com a retirada da camisa, o craque chama mais ainda
a atenção para si. Ao retornar ao gramado recolocando a camisa, as câmeras da televisão o focalizam
e o nome do patrocinador (patrocinadores) aparece em close com todo o destaque.
Dar a quem faz o gol o cartão amarelo é apenas um dos muitos absurdos do mundo do futebol, com
o seu arcaísmo mantido pela poderosa Fifa. Quando muito, o árbitro poderia dar ao infrator uma
punição de deixá-lo momentaneamente fora do jogo, só podendo retornar depois de passado uns
dois minutos.
Punir o craque que muitas vezes faz um golaço é algo que faz do futebol algo altamente ultrapassado. Em alguns casos, a partida deveria ser interrompida para o patrocinador entrar em campo para homenagear o craque - tão escasso no futebol atual - com uma placa de honra.
O menino Gabriel, de 16 anos, com cerca de 500 gols nas divisões de base do Santos estreou no campeonato, marcando seu primeiro gol. Irradiante de alegria correu festejando e de imediato
arrancou a camisa fora.
Na volta ao campo o prêmio da mediocridade do mundo da Fifa: o imerecido cartão amarelo. (Mauricio Figueiredo)
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