domingo, 4 de agosto de 2013

Pênalti, exemplo da falta de comando

FLU PERDE PONTOS
PRECIOSOS AO EMPATAR
COM A PONTE PRETA

O pênalti parece ser a jogada mais fácil do futebol. No entanto, com o passar dos anos os goleiros aperfeiçoaram na neutralização desse tipo de lance. O mais grave é que, para desespero dos batedores de pênalti, os goleiros aumentaram de tamanho (Gilmar campeão mundial nas Copas de 1958 e 1962 tinha 1,81 m de altura; Félix, o goleiro do tri de 1970 tinha 1,78 - 1,79 m de altura. Agora, na seleção de Felipão, o titular Júlio Cesar tem altura de 1,86 m; Jefferson o primeiro reserva tem 1,88 m; e Diego Cavallieri 1,91 m), enquanto as balizas não sofreram alteração em sua largura e altura.


Desse modo, além das dificuldades naturais na execução do pênalti (quando no campo adversário há a pressão da torcida com seus gritos e vaias) é preciso para o sucesso, não só a técnica de uma boa cobrança, mas o equilíbrio emocional.

Se os clubes fossem melhor dirigidos, até este quesito deveria ser observados com mais atenção. Quando o batedor oficial vem da perda de pênalti na partida anterior ou mesmo na mesma partida, quando é apto em um segundo pênalti voltar a bater e novamente perder, faz sentido dar lugar a um outro atleta da equipe que tenha habilidade nesse tipo de cobrança.

Um exemplo disso, é o que ocorreu com o artilheiro Fred. Ele teve uma cobrança infeliz na partida anterior. Contra a Ponte Preta, com o escore ainda de zero a zero, no primeiro tempo, ocorreu o pênalti em favor do Fluminense. O centroavante da seleção brasileira pegou a bola para bater. Certamente, passou por sua mente a perda na partida anterior e a necessidade quase obrigatória de não errar novamente. Mas como uma radiografia do que ocorreu antes, ele repete o estilo e perde novamente o pênalti com uma cobrança bisonha.

No segundo tempo, o Fluminense consegue logo o seu gol, com o zagueiro Gum. Nesse caso, a ocorrência de nova penalidade cria um clima favorável para que Fred tenha tranquilidade para a execução do lance. Quando o escore é o do empate ou mesmo de desvantagem no marcado, não é conveniente dar a responsabilidade para o atleta - mesmo um craque - que ainda vem de uma cobrança ruim em partida anterior. Se a bola tivesse batido no travessão ou em uma das traves, ainda, poderia ser alvo de uma avaliação. Mas uma cobrança mal feita, demonstra que o atleta está vulnerável para essa grande responsabilidade.

Um grande craque pode perder pênalti, como ocorreu com Pelé e Zico, mas isso não impede que os clubes adotem um mecanismo mais profissional em relação ao lance. Quem perde pênalti por má execução só deveria voltar a praticá-lo em condições favoráveis, como a sua equipe estar em vantagem no marcador e com isso a perda não ser tão traumática. Nesse caso, o cobrador oficial só deveria ser acionado em um clima psicológico melhor, cedendo a vez para o segundo batedor. Se o reserva perdesse o pênalti uma avaliação deveria ser feita (verificar se a cobrança não ocorreu também de forma bisonha). Psicologicamente, o reserva está em condições mais adequadas para a cobrança. Uma delas é a de mostrar que está apto para substituir o cobrador oficial em uma eventualidade (ou não).

Nem sempre o Fluminense contará com Fred (e o exemplo serve para qualquer outra equipe inclusive a seleção brasileira). Há situações que vale a pena preservar a estrela da companhia e ao mesmo tempo capacitar outros atletas para lances considerados fundamentais, como é o caso do pênalti.

No caso do Flu, a perda foi fatal, pois no finalzinho da partida a Ponte Preta empatou o  jogo.


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