COM DEPENDÊNCIA DE NEIMAR
Em 1962, na Copa do Mundo no Chile, quando Pelé se contundiu, ficando afastado da competição, houve uma comoção nacional. Para muitos o bicampeonato estava de vez perdido. Mas, eis que o técnico Zezé Moreira escalou o reserva Amarildo - um garoto sem a mesma projeção do Rei do Futebol -, que tinha o apelido de Possesso e que substituiu a principal estrela da seleção com toda a maestria. Além disso, Mané Garrincha (outro fora de série - tão grande quando Pelé) chamou para si a responsabilidade e fez chover nos gramados chilenos.
Neimar está anos luz de ser um Pelé. Talvez ainda muito distante sequer de ser um Amarildo. Terá a possibilidade de se consagrar na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Foi se juntar aos craques do Barcelona para ganhar mais embasamento e ter diante de si uma marcação mais rígida, nem sempre comum nos campos brasileiros. Na partida contra a Suíça voltou a mostrar dificuldades, atribuídas - como o restante do time - ao fato de nossos atletas estarem fora de boa forma física.
Levado pelo marketing - misturado a um oba oba - Neimar parece ser a estrela intocável da seleção. Mesmo jogando mal é impensável tirá-lo de campo. Contudo, como qualquer outros atleta, ele não está livre de uma contusão, como ocorreu com Pelé em 62. Por isso, não só em relação a Neimar seria conveniente que o técnico Felipão verificasse melhor se nossos reservas estão a altura de substituírem os titulares. Mas, isso não pode se dar de uma forma no estilo pelada como ocorreu com a Suíça. Seria conveniente que alguns deles - sem mexer muito com a base do time - começassem a partida logo de início como ocorreu dessa vez com o goleiro Jefferson.
Nas posições em que Felipão á tem em mente seus titulares absolutos é que se faz preciso testar os possíveis reservas. Uma delas, sem dúvida, é a de ver como a seleção se comporta sem a presença de Neimar - apontado como a estrela da companhia, embora ainda longe de ser um Amarildo.
AMARILDO - Nascido em Campos dos Goytacazes, Amarildo quase desistiu do futebol ao ser dispensado nos aspirantes do Flamengo. Ele foi levado para o Botafogo pelo então zagueiro Paulistinha. Dono de grande habilidade também ficou famoso por ser um artilheiro nato. Em 1962, na Copa do Mundo, no Chile, teve a difícil missão de substituir Pelé, que se machucou, atuando nas quatro partidas finais, nas quais marcou três gols, dois diante da Espanha e um na final contra a Tchecoslováquia.
Como resultado do sucesso na Copa, no ano seguinte, foi negociado com o Milan onde atuou até 1967, passando pela Fiorentina (1967 a 1971) e para o Roma (1971-1972). No retorno ao Brasil ingressou no Vasco, em 1973, encerrando a carreira no ano seguinte.
Ao contrário de Neimar, Amarildo só foi para o exterior depois da Copa, pois o futebol brasileiro da época era a maior escola de futebol do mundo. Com o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha formando as duas maiores equipes de futebol de todos os tempos.
O ataque devastador do Botafogo era formado por Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo.
0 comentários:
Postar um comentário