CRAQUES O FLAMENGO
AINDA FORMA EM CASA?
Antes do Ninho do Urubu, as divisões de base do Flamengo foram responsáveis pelo surgimento de verdadeiros craques que fizeram história tanto no clube como no futebol brasileiro. Entre outros pintaram na Gávea garotos fora de série como Adílio, oriundo da Cruzada São Sebastião. O próprio Zico, o Galinho de Quintino, foi tratado pelo Flamengo como
joia rara. Lá recebeu tratamento para melhorar seus estado atlético e de saúde, conseguindo inclusive aumentar seu tamanho. O slogan "Craque o Flamengo faz em casa", tornou-se famoso. Mas parece que nos dias atuais está à beira do esquecimento.
Depois do lamentável caso Bruno - goleiro recrutado no Atlético Mineiro -, o Flamengo teve de se socorrer no ex-Corinthiano Felipe para ocupar a posição de titular. O pessoal da base acabou sendo despachado, como Marcelo Lomba que agora brilha no Bahia. Não vingaram na Gávea também outros como Diego, enquanto outros sequer chegaram a ser testados.
Leonardo Moura, que se tornou ídolo rubro negro, é proveniente da base do Botafogo. A zaga titular é toda estrangeira, pois jovens como Wellington (que não aprendeu na escolinha a sair jogando sem dar chutões), Frauches e tantos outros, não tiveram possibilidade de se firmar no elenco. Enquanto isso, no rival Botafogo surge um zagueiro jovem como Dória, com futebol de nivel de seleção.
No meio campo, setor vital para qualquer equipe, o Flamengo também não conseguiu com o seu Ninho do Urubu fazer vingar um fora de série. Surgem Muralhas, que trocam de nome, mas que o futebol é logo esquecido. Aposta-se no filho do Bebeto, com a esperança de que ele herde do pai pelo menos um pouquinho do futebol e vende-se a ilusão que equipes do exterior estão de olho no menino e também nada acontece. Luiz Antonio surge como um volante moderno, mas alterna boas e más atuações. Adrian é tido como joia rara, mas talvez por falta de orientação parece mais preocupado com o visual do cabelo, como uma espécie de fetiche para tranformá-lo em um novo Zico. E aparecem outros que logo desaparecem como Diego Maurício, Negueba (que foi um dos que recebeu maior número de oportunidades). E o Erick Flores, quem se lembra dele?
A cada momento, o Flamengo apresenta a seus torcedores talentos do Ninho que, no entanto, não desabrocham. Aparece o Rafinha, com a expectativa de que será o novo Garrincha. Depois, trazido do laboratório do Zico, surge Rodolfo, que como tantos outros, toma aquele famoso comprimido e desaparece. O mesmo se deu com o Thomás e o Nixon.
Não é possível que com a estrutura que procura montar no Ninho do Urubu, o Flamengo não consiga parir um garoto com futebol um pouquinho próximo do que foi um Andrade e um Adílio.
Quanto a um novo Zico parece ser difícil que isso ocorra em todo o Brasil. Em terra de cego, quem se destaca um pouquinho mais, certamente, é exportado para mostrar o seu futebol nos Barcelonas da vida, que por sinal, não se descuida da sua divisão de base. (MAURICIO FIGUEIREDO)
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