sábado, 21 de setembro de 2013

Gérson, o "Canhotinha de Ouro"

O CRAQUE QUE DISSE
NÃO ÀTEIMOSIA                                      

RUBRO-NEGRA

Embora tricolor de coração, Gérson de Oliveira Nunes, o "Canhotinha de Ouro", um dos maiores jogadores de meio campo do futebol brasileiro de todos os tempos, tricampeão mundial na campanha de 1970, no México, deu os seus primeiros passos no futebol nos campos da sua Niterói, mas foi no Flamengo que começou a despontar como uma joia rara, mas que o clube da Gávea acabou cedendo de bandeja para o rival Botafogo, onde o craque, ao lado de outros excepcionais jogadores, passou a juntar uma coleção de títulos.

Na ocasião, vindo dos juvenis, Gérson começava a ser lançado na equipe principal rubro-negra. Contudo, o técnico Flávio Costa insistia em colocá-lo como ponta-esquerda, tendo em vista o fato de ser canhoto e mais do que isso, queria fazer do canhotinha uma espécie de Zagallo, descendo sempre para ajudar na marcação. O jovem talento, no entanto, questionava o treinador, alegando que não se sentia bem na posição e queria disputar uma vaga no meio campo, preferindo por isso ficar no banco de reservas.

A gota d'água veio em uma partida contra o Botafogo, na qual conta-se que Flávio Costa, ex-técnico da seleção brasileira, queria que Gérson fizesse a primeira marcação sobre Garrincha, atuando como um secretário do lateral esquerdo rubro-negro Jordan. A história é de que Mané deu um passeio nos dois, deixando Gérson revoltado e o canhotinha teria dito ao técnico que não voltaria a atuar fora de sua posição.

Na briga entre o veterano técnico e o novato, a diretoria do Flamengo resolveu prestigiar o seu treinador, exigindo de Gérson total obediência às determinações de Flávio Costa. O canhotinha então disse que fora de sua posição preferia sair da Gávea.

O Botafogo que não é bobo nem nada, estava em busca de novos craques para substituir os seus veteranos ídolos e aos poucos ia lançando na equipe alguns garotos, com o intuito de ganhar experiência e aprendizado com os grandes ídolos de nosso futebol, como Didi, Nilton Santos e Garrincha.

Sabedor do interesse do rival, Flamengo argumentou que tudo dependia da palavra final do presidente alvi-negro, Sérgio Darci, sobre a pedida de CR$ 150 milhões (cruzeiros). Na partida do Flamengo contra o São Cristóvão, pelo campeonato carioca, disputada em General Severiano, campo botafoguense, o diretor Otávio Pinto Guimarães voltou à carga junto ao presidente do Flamengo Fadel Fadel que concordou na venda do craque.

No dia 17 de setembro de 1963, o presidente rubro-negro recebeu em uma agência do Banco do Brasil o cheque de CR$ 150 milhões pelo pagamento do passe de Gérson. O craque recebeu CR$ 10 milhões de luvas do Fogão por um contrato de três anos, com salários de CR$ 150 mil mensais.

O técnico Flávio Costa alegou que Gérson, com sua indisciplina, quis forçar a sua venda.

Uma indisciplina que garantiu ao Botafogo uma série de títulos e ao futebol brasileiro, entre outras façanhas, o tricampeonato mundial de futebol no México, em 1970.

Mestre no lançamento de mais de 40 metros, colocando a bola onde queria, Gérson é símbolo de que o craque tem direito a escolher posição. O perna de pau é que joga ou embroma em qualquer lugar.

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