domingo, 17 de maio de 2015
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Mauricio Figueiredo
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Boca e o sofá da sala
O Boca Juniors foi punido pela Conmebol pelos atos de vandalismo cometido por torcedores na disputa contra o River Plate pela Libertadores de maneira branda. Mas, o comentários de alguns de que a competição sul-americana deveria ser suspensa é como a história de quem tira o sofá da sala ao surpreender a mulher infiel com o outro (ou o marido com a outra).
De verdade, dentro dessa linha de raciocínio, o Campeonato Brasileiro e tantos outros disputados no país não deveria nem ter início. A cada competição novas pancadarias surgem e também nas imediações e mesmo distante dos estádios com agressões entre torcedores, muitas delas resultando em mortes e sequelas incuráveis nos agredidos.
O que existe, no entanto, não é apenas responsabilidade dos clubes e nem mesmo dos tribunais esportivos. Trata-se apenas do total desrespeito às leis em grande parte de países debaixo da Linha do Equador, entre os quais o Brasil.
Somos o país da impunidade. Atos criminosos como o ocorrido na Bambonera e comuns também no Brasil deveriam ser julgados por um tribunal de justiça com a aplicação das penas na forma da lei. Quando um grupo de torcedores do Corinthians mataram um menino na Colômbia houve, comoção social por parte de alguns, até mesmo com apoio de políticos para a libertação dos pobres brasileiros retidos em prisões desumanas do país vizinho.
Passar a mão pela cabeça de criminosos tem sido coisa comum no Brasil, com a conivência de dirigentes esportivos que estimulam a existência das chamadas "torcidas desorganizadas", nas quais grupos de meliantes, sem trabalho e residência fixa, passeiam pelo país e exterior com passagem, hospedagem e alimentação paga pelos clubes.
Aqui não se pune criminosos. A solução grotesca é a punição aos clubes com a infeliz ideia de partidas realizadas com portões fechados, troca de mando de campo (como se os malfeitores não tivessem tempo e patrocínio para se deslocar) e outras medidas inócuas.
Tem gente pedindo até mesmo o fechamento da Bombonera.
Em suma: tirar o sofá da sala
(Mauricio Figueiredo)
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