domingo, 12 de abril de 2015
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Frederico: "Eu sou 300"
Como no poema de Mário de Andrade, Frederico Chaves Guedes, de 31 anos (3 de outubro de 1983), mineiro de Teófilo Otoni, é exemplo vivo daqueles que não se deixam abater por um aparente fracasso.
Em 2014, ele foi apontado como um dos responsáveis, junto com muitos outros, do fracasso do Brasil na Copa do Mundo disputada em pleno país. Foi apelidado de poste e de cone, sob a alegação de que seu futebol estava ultrapassado e precisava aprender a se movimentar mais.
Poucos viram, que o Brasil tinha formado uma seleção medíocre voltada, como ainda acontece agora, a se resumir a uma única "estrela" em formação chamada Neymar. A falta de treinamentos e de um esquema de jogo com maiores repertórios de jogadas acabou prejudicando Frederico na seleção, obrigado a procurar uma bola que nunca chegava em condições aos seus pés e muito menos para o cabeceio, um de seus fortes.
Passada a tempestade da Copa, Fred está de volta, sendo o atual artilheiro do campeonato carioca com 11 gols, dois deles no sábado, 11 de abril, na primeira partida da semifinal contra o Botafogo, na vitória tricolor por 2 a 1, com o craque chegando a marca dos 300 gols em sua carreira.
Eu sou Trezentos
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.
Mário de Andrade
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