segunda-feira, 20 de abril de 2015

A síndrome da vantagem do empate



Os regulamentos de nosso futebol incluem nas decisões - em alguns casos - a vantagem do empate para a equipe, que, por exemplo, tenha ganho algum turno da competição ou no caso do mata-mata como bônus para as finais.

De verdade a realização de dois jogos nas semifinais e finais também com dois jogos não passam de caças níqueis, sobretudo em virtude do baixo nível técnico das equipes e da falta de maiores atrações.

O torcedor é esperto. Porque arriscar seu suado dinheirinho em tantas partidas umas trepadas nas outras e por vezes com uma Copa do Brasil ainda na quarta-feira?

No caso da vantagem do empate - nosso tema -, em tese qualquer um diria que gostaria sempre de contar com ele. É verdade, pois a equipe já entra em campo vencendo mesmo no zero a zero.

Mas como diz o outro, isso pode ser uma faca de "dois legumes". A tendência de quem tem a vantagem é entrar mais cauteloso. Já quem está sem a vantagem, sendo um time grande entra na base do perdido por um perdido por 10 e parte para cima do rival. Este por seu turno fica na base de esperar um contra ataque com o avanço do adversário, matando a partida.

Essa vantagem, em verdade enfeia, em termos táticos, a disputa final. O ideal seria como no passado, quando havia dois turnos: o vencedor do primeiro turno, que nem era considerado campeão enfrentava o vencedor do segundo turno na grande final, normalmente em uma única partida.

Agora, com o crescimento da pobreza do espetáculo, toda hora se sai campeão. O Botafogo no Rio nem teve tempo de comemorar a conquista da Taça Guanabara e já teve de entrar em campo nas semifinais contra o Fluminense.

Tinha a vantagem do empate no primeiro jogo. Entrou em campo para enfrentar o Fluminense e perdeu por 2 a 0.
Na segunda partida o Botafogo venceu por 2 a 1 e a decisão foi tirada nos pênaltis com a vitória do alvinegro por 9 a 8.

Na outra semifinal, o Flamengo empatou com o Vasco na primeira partida e entrou em campo com a vantagem do empate. Mais uma vez entra o fator tático de tentar surpreender o adversário no contra a ataque. Mas, o Vasco consegue reverter a vantagem com gol de pênalti cometido em Serginho e convertido pelo atacante Gilberto. Com isso, a vantagem rubro-negra foi para o espaço.

Uma decisão em que ninguém tenha vantagem torna o jogo mais emocionante e justo.

Se houvesse também a decisão em apenas uma partida, em campo neutro como o Maracanã, as equipes teriam mais tempo para a preparação, possibilitando a recuperação de algum eventual lesionado sem grande gravidade.

Deixar de fora de decisões, as poucas estrelas existentes como o artilheiro do campeonato Fred foi outro grande absurdo. Transformar em multa financeira seria uma decisão mais inteligente do que afastar o atleta da competição, mesmo que o "crime" grave tivesse sido o de xingar a mãe do presidente da Federação.

MAURICIO FIGUEIREDO
Share this article

0 comentários:

Postar um comentário

 
Copyright © 2014 ARD-Bola • All Rights Reserved.
Template Design by BTDesigner • Powered by Blogger
back to top