domingo, 5 de agosto de 2012

Roberto Carlos: nunca ajeite as meias na hora da decisão


Há quem jure que o lance não existiu. Mas no subconsciente da maioria dos torcedores brasileiros, a eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 2006, quando o lateral-esquerdo Roberto Carlos teria dado condições de jogo ao francês Thierry Henry, não fazendo a linha de impedimento, preocupado em ajeitar as meias, é o que ficou registrado. Como ocorre às vezes, a imagem da televisão, devido ao ângulo não é bem precisa. O que se vê de relance é o lateral mexendo na meia, mas sem que se possa garantir que houve falha na marcação.

Ser eliminado pela França, no entanto, foi inaceitável para o orgulho futebolístico nacional. E o bode expiatório passou a ser um só: Roberto Carlos da Silva Rocha, nascido em Garça, em 10 de abril de 1973, que decidiu pendurar as chuteiras no último dia 1º de agosto.

Em qualquer lista que se faça sobre os maiores laterais-esquerdos do futebol brasileiro de todos os tempos, certamente que o talentoso jogador que brilhou em campos nacionais e no exterior terá seu nome citado. Mas, como muitas vezes acontece, Roberto Carlos parece que acabou adquirindo maior consideração no exterior, tanto que de imediato passou a exercer a função de diretor de Futebol do Anzhi Makhachkala, da Rússia, o último clube de sua carreira. Ele antes trabalho como auxiliar técnico do clube.

Um dos problemas de Roberto Carlos, que talvez tenha feito dele o bode expiatório da eliminação brasileira para a França, foi o fato de nunca ter passado uma imagem simpática tanto para a mídia como para o público, especialmente os das equipes adversárias. É o que no jargão futebolístico se chama de “marrento”.

O grande fato é que ninguém sem talento para o futebol consegue ser titular absoluto na lateral-esquerda da seleção durante as Copas de 1998, 2002, quando fez parte do elenco pentacampeão mundial.

Mas, com apenas 1,68cm de altura sobrou pra ele a missão de impedir as ações do mais alto francês Thierry Henry, que resultou na eliminação do Brasil.
A grande lição que deixa para todos, inclusive fora do esporte é a de que, na hora decisiva não se deve de modo algum ajeitar as meias.

O mundo está sempre a espera de um culpado para as grandes derrotas.


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