quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Feola: saudades do técnico que dormia no banco

MAURICIO FIGUEIREDO

A Seleção Brasileira voltou aos gramados da Suécia 54 anos depois da nossa primeira conquista de uma Copa do Mundo. Foi um repeteco do que aconteceu em 1958, com os anfitriões usando camisa amarela e calções azuis e os brasileiros com a camisa azul e calções brancos, meias azuis.

Um repeteco em termos: em 58, o mundo ficou encantado com o futebol mágico, envolvente e artístico dos brasileiros. Vencemos e convencemos, derrotando os suecos por 5 a 2, com show do menino Pelé, em seu 17 anos, e do magistral Mané Garrincha.

Uma equipe contando com Zito e Didi no meio campo. Mestre Didi - o inventor da folha seca, estilo até hoje adotado pelos grandes cobradores de faltas pelo mundo a fora. Didi, Valdir Pereira, que ensinou a todos que quem corre é a bola.

Vavá, no comando do ataque, chamado o Leão da Copa. Zagallo o formiguinha com seu futebol eficiente e tático, compondo o esquema 4-3-3, com eficiência na hora de defender e na de ataque. Nilton Santos, o lateral esquerdo - enciclopédia da Copa.

A zaga com Orlando Peçanha e sua indiscutível categoria, formando dupla com Hideraldo Luiz Beline, que foi o inventor do modelo de se erguer a taça, atendendo a pedido dos fotógrafos da ocasião e cujo gesto passou a ser repetido por todos os demais capitães.

No gol o calmo e eficiente Gilmar dos Santos Neves e na lateral direita o extraordinário Djalma Santos, que apesar de só ter jogado uma partida acabou escalado na seleção da Copa.

Mas a figura enigmática chamava-se Feola, consagrado técnico com muitas vitórias e conquistas no futebol brasileiro.

O gordo Feola com sua obesidade gritante tinha a genialidade de não complicar. Sabia ouvir e sabia fazer as modificações na equipe na hora certa. Teve a coragem de lançar Garrincha e Pelé, colocando-os no lugar de Joel e Dida.


Era uma época em que o Brasil jogava por música. E, o povão de gozação começou a dizer que Vicente Feola dormia no banco.

Evidente injustiça com um grande técnico.

Mas, se verdade fosse, não seria nada demais, pois era um time que jogava e brilhava apenas com a habilidade de seus jogadores.

Dessa vez, contra a fraca Suécia, o Brasil fez o seu arroz com feijão.

Ainda não dá para Mano Menezes dormir no banco.
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