domingo, 12 de agosto de 2012

Ousar vencer, o caminho da vitória

O Brasil viu escapar pelas mãos a grande oportunidade de conseguir, pela primeira vez, a conquista de uma medalha de ouro no futebol em jogos olímpicos. Partida terminada e surgem muitas alegações. A equipe mexicana era mais organizada que a nossa. Os mexicanos se preparam há três anos. Eles realizam melhor planejamento, etc e tal. Mera desculpas.

Muitas coisas em relação aos mexicanos são verdadeiras, mas elas não justificam o fato de o Brasil, um país com milhares e milhares de excepcionais jogadores (basta se ver que somos grandes exportadores de atletas para todos os lugares do mundo, a começar pelos grandes centros futebolísticos como Inglaterra, Itália, Espanha e agora o mundo árabe e Japão) não conseguir armar uma seleção, em qualquer categoria, que como no passado era vista como o time imbatível ou quase.

Não há como deixar de atribuir a responsabilidade do resultado ao técnico Mano Menezes. Ele incorreu no velho erro de muitos treinadores brasileiros. Optar por uma escalação mais defensiva e ficar esperando que o talento do jogador brasileiro, como Neymar, resolva a parada. Mas, isso não vem acontecendo há muito tempo, principalmente nas partidas decisivas. Foi dessa maneira que fomos eliminados da Copa América.

O Brasil enfrentou o México colocando Leandro Damião isolado no comando do ataque, com Neymar flutuando pelo campo. Até um meio campo ofensivo como Oscar apareceu no jogo exercendo missões defensivas e o menino Alecsandro sumiu da partida.

A opção brasileira passou a ser os limitados cabeças de área (limitados, diga-se de passagem para funções ofensivas) Sandro e Rômulo e só por volta dos 30 minutos do primeiro tempo, quando já tinha tomado um gol relâmpago no início do jogo é que o técnico Mano Menezes mexeu na equipe colocando em campo o poderoso Hulk. Não é um jogador excepcional, mas já aos 35 minutos deu um chute perigoso ao gol adversário, coisa que não estavamos conseguindo fazer.

Mano Menezes contava com muitas opções ofensivas no banco, como Alexandre Pato e o Lucas (ex-São Paulo) que acaba de ser vendido para o exterior, em uma das maiores transações financeiras do futebol brasileiro.

Em uma decisão, uma equipe que leva um gol logo no início da partida tem de ter condições plenas para reagir e reverter o marcador. Ficamos sonhando então com a possibilidade do empate e levarmos o jogo para a prorrogação e quem sabe para os pênaltis.

Ao contrário disso, o México nos contra ataques acabou sendo muito mais perigoso. Nosso técnico perdia tempo discutindo com o quarto árbitro, implorando ao juiz para que desse cartões ao time adversário e o tempo foi passando e o ouro escorrendo por nossas mãos.

Na maioria das vezes, ousar vencer é o caminho para a vitória.

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