domingo, 3 de março de 2013

Falta na entrada da área: adivinha quem vai bater?

ZICO: O ETERNO
CAMISA 1 DA GÁVEA.
SIM, CAMISA UM

Jorge Benjor cantou em exaltação a Zico: "Falta na entrada da área: adivinha quem vai bater?" Mas, de verdade como perde gol esse tal de Arthur Antunes Coimbra, que assisto confortável na tela da TV. Fora de forma, barrigudo, cara a cara com o goleiro manda a bola por cima da trave. Por que o técnico não o tira do time? Por que todos procuram passar sempre a bola para ele, quando não acerta uma? E quando acerta, o goleiro do time adversário se estica todo e espalma a bola para fora. Por que, ele não convidou um goleiro mais "amigo"?

Zico, o maior ídolo da História do Flamengo, que completa 60 anos, não convidou um goleiro mais "amigo" pelo simples fato de ter marcado toda a trajetória esportiva e fora dos gramados, como um dos grandes exemplos de cidadão e do que convencionou chamar de "bom rapaz", o contrário dos famosos "bad boys", que certamente são sempre mais notícias, envoltos em seguidos escândalos que atraem a opinião pública.

Arthur Antunes Coimbra "não mata, não rouba e parece que também não deixa roubar". Até os seus escândalos soam como coisas fajutas, sem grande importância, como ter deixado de pagar o imposto de renda na Itália e coisas desse tipo. E no mundo da bola, a perda de um pênalti em Copa do Mundo.

O grande mérito de Zico é ser um cidadão comum como milhares e milhares de brasileiros. A sua festa futebolística, com o objetivo de arrecadar dinheiro para instituições de caridade, é feita de maneira simples - como ele sempre foi. Sem exibicionismo. Zico é a estrela máxima do espetáculo, mas como na música de Herivelto Martins comparece ao evento de maneira amorosa, sem medo de ridículo. Está ali para brincar com seus amigos e a perda de gols faz parte do espetáculo. E parece passar a lição a todos de que o grande gol da vida é o exemplo que deixamos para as demais pessoas.

E Zico, nos seus 60 anos, não segue as lições do marketing ou da mídia em busca de espetáculo. Não vai ao Engenhão ver a semifinal Flamengo e Botafogo, pois privilegia a família, depois de passar toda a semana dando entrevista a todos e merecidamente comparecido à Gávea para inaugurar a sua estátua.

E esse atleta exemplar, quando incitado a colocar o seu lugar entre os maiores jogadores de futebol do mundo, humildemente responde que se daria por satisfeito se o colocassem entre os 20 ou que fosse ele mesmo o vigésimo.

Tudo é relativo em futebol. Por isso, o esporte é emocionante e polêmico. Mas, nós que tivemos o privilégio de ver o Galinho de Quintino, brilhando nos gramados do mundo e em especial no Maracanã, deixaríamos em um momento o ídolo do passado para nos reportarmos ao ídolo do presente: aquele senhor barrigudo, meio careca, tropeçando na bola. Este sim, sem qualquer dúvida: é o NÚMERO 1 da Gávea e um dos primeiros entre os brasileiros.

MAURICIO FIGUEIREDO





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