quinta-feira, 26 de março de 2015

Brasil: Adeus Bellini!





Em 1958 Hideraldo Luíz Bellini, o zagueirão do Vasco, que em vida ganhou uma estátua famosa, em frente ao Estádio do Maracanã, ergueu pela primeira vez a Taça Jules Rimet, na primeira Copa conquistada pelo Brasil, em gramados da Suécia, encantando o mundo com o futebol de Djalma Santos, Nilton Santos, Didi, Garrincha, Pelé, Vavá e companhia. E no banco figuravam do Flamengo: Joel, Moacir e Dida, este último o maior ídolo rubro-negro antes da Era Zico. Castilho na reserva de Gilmar, goleiro. Pepe o canhão da Vila Belmiro na reserva de Zagallo, Mazola (que virou Altafini e foi jogar pela seleção italiana) e por aí vai.

No Chile, em 1962, o Brasil tornou-se bicampeão mostrando sua hegemônia no futebol. Já em 1966 foi vítima da desorganização e da criação do chamado futebol força com o intuito de frear a liderança brasileira. Só em 1970, o Brasil voltou a encantar, conseguindo formar novamente uma seleção inesquecível, no tricampeonato do México. Com Carlos Alberto, Clodoaldo, Gerson, Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino, dando-se ao luxo de ter Paulo Cesar Caju, no banco.

Só em 1982, com um timaço montado por Telê Santana, o futebol brasileiro voltou a dar as cartas, com extraordinários laterais Leandro e Junior e um excepcional meio de campo formado por Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico. Uma seleção que não venceu, mas encantou.

Mais adiante ainda conseguimos impor nosso estilo de jogo e ganhamos mais duas Copas, com jogadores também de elevado nível como Bebeto e Romário, a dupla de 1994, e mais adiante Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho.

Com o processo de globalização, o Brasil viu aumentar seu papel de exportador de mão de obra barata, com o envio de jogadores novatos e seus melhores atletas para os grandes centros futebolísticos do exterior e também para o mercado emergente de outros países.

Desse modo, o país perdeu sua identidade nacional e o desastre na Copa do Mundo de 2014 disputada no país, culminando com o vexame dos 7 a 1 para a Alemanha, é a prova viva do desmonte do estilo brasileiro de jogar bola.

A seleção brasileira - muitas vezes por interesses menores - passou a ser uma amontoada Legião Estrangeira.

Agora, de volta ao comando da Seleção, o técnico Dunga tenta, ele próprio, reaver o caminho do sucesso.

Nos amistosos, a seleção vem cumprindo bem o seu papel.

Mas como dizia um monstro da seleção de 58-62, Mestre Didi: "treino é treino e jogo é jogo".

Com o enfraquecimento do mercado interno, o futebol brasileiro parece estar dando o seu "Adeus Bellini".

MAURICIO FIGUEIREDO
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