terça-feira, 8 de julho de 2014

Blitz da Alemanha humilha seleção de Neymar

  O Brasil construiu de maneira controvertida 12 modernos estádios (apelidados de arenas), abrindo mão de outros investimentos, na certeza, de que com a realização da Copa no país iria apagar o eterno fantasma da derrota no Maracanã para o Uruguai, em 1950. Criou-se um clima geral de ufanismo, levado ao extremo com a conquista da Copa das Confederações, um aperitivo para a principal competição.
A única falha que não foi levada em conta, desde a derrota de 2010, foi a da transformação do Brasil em grande mercado exportador de jogadores, contribuindo para a descaracterização de nosso futebol. Ao contrário do passado, o futebol interno passou a ser um futebol de terceira categoria, com os clubes não conseguindo montar equipes competitivas, vivendo muitos do aproveitamento de atletas que retornam do exterior para descalçar as chuteiras.
O Brasil como mercado exportador de atletas passou a ser visto como algo natural e até incentivado por técnicos e pessoas dos meios esportivos. Com isso, clubes de grande história no cenário mundial, no passado, como o Santos de Pelé, Botafogo de Garrincha, entre outras, passaram a ser com as demais arremedos de grande equipes.
O péssimo desempenho brasileiro na última Libertadores demonstra a crescente fragilidade de nosso futebol. Com isso, a seleção brasileira passa a ser formada por atletas oriundos do estrangeiro, que, sem tempo útil para um bom treinamento acaba se constituindo em verdadeiro bando desarticulados.
Depois do fracasso do técnico Mano Menezes, acreditou-se que o técnico Felipão seria o salvador da pátria. Apesar de seu fracasso retumbante no Palmeiras, o ex-técnico campeão do Mundo em 2002, não conseguiu dar a atual seleção um padrão de jogo eficiente. Criou-se a ideia de que a seleção se bastaria com a pretensa "genialidade" de Neymar, que mesmo antes da grave contusão mostrou não ser suficiente para carregar o Brasil nas costas.
A enorme dependência de Neymar foi um dos mais graves erros na concepção tática da seleção. A escolha dos 23 atletas também demonstrou outra falha por parte da comissão técnica, com poucas opções de variação de jogadas.
Apesar disso tudo, Felipão não é o grande culpado pelo desastre nacional.
O grande erro está no Brasil não possuir uma política de Esportes, com a valorização da prática da Educação Física nas escolas (não de forma inconsistente como ocorre atualmente). Com cerca de 200 milhões de habitantes, a prática esportiva necessita ser massificada no país, principalmente nas camadas mais pobres da população que deixou de contar com espaços de lazer adequados devido a própria degradação das grandes cidades. A prática esportiva passou a ser, de certa forma, artigo de luxo com a implantação de academias e clubes limitados as pessoas com maior poder aquisitivo.
Toda essa transformação acabou afetando negativamente o futebol brasileiro, aliada a exportação de atletas ainda em fase de formação, contribuindo, com isso, para o empobrecimento do futebol praticado internamente.
A degradação financeira dos clubes é acompanha por campeonatos mal organizados e de baixo nível técnico.
Acreditava-se que com a convocação de uma "legião estrangeira", o povo brasileiro poderia ser premiado com seus heróis distantes dos hábitos e cultura nacional.
A blitz alemã que humilhou a seleção brasileira do craque Neymar é apenas o resultado de uma política de fazer o país pensar pequeno em relação a uma das grandes paixões nacionais.

MAURICIO FIGUEIREDO









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