Há clubes que possuem o seu batedor oficial de pênaltis e faltas. No Flamengo antigo: falta na entrada da área ou pênalti e lá estava o Zico e no Vasco, Roberto Dinamite. No São Paulo mais recente, Rogério Ceni era inquestionável.
Em alguns clubes, a cobrança de pênaltis e faltas parece ser questão de bagunça e ganha quem fala mais alto. Não parece que a coisa é bem definida nos treinamentos, quase inexistentes, ou mesmo no vestiário.
O bom senso manda que um cobrador oficial de pênaltis, principalmente, em má fase seja preservado, dando lugar a algum outro, em melhores condições.
Mas, nem sempre isso acontece. O exemplo agora é do bagunçado São Paulo. O meia Michel Bastos desperdiçou na quarta-feira, seu segundo pênalti na temporada e, mesmo assim, insiste em dizer que quando houver outro em favor da equipe irá se apresentar.
Ele mesmo admite não estar em boa fase, mas diz que está melhorando pois a cobrança de agora foi na trave e que só erra quem bate.
Mas, não é bem assim. O técnico Bauza e seus auxiliares deveriam ter o bom senso de escolher outro cobrador. Não se dá tal incumbência a um atleta que vem sendo hostilizado pela própria torcida e em um clima ruim no clube, a ponto de se especular até mesmo sua saída para o Internacional. E o pior de tudo é que o argentino queria dar a Michel Bastos até a braçadeira de capitão.
Michel Bastos voltou ao time titular após quatro partidas de fora após um estiramento muscular na coxa direita.
Em uma equipe organizada, certamente não seria o indicado para bater pênaltis decisivos.
Estivesse o São Paulo vencendo o adversário por 4 a 0 e a indicação de Michel Bastos para bater o pênalti seria aceitável, como uma forma de devolver a confiança ao antigo cobrador com a saída de Rogério Ceni. Mas, nas circunstâncias do jogo, demonstrou apenas a falta de lógica que impera no futebol brasileiro, marcado pela improvisação, comum em equipes de várzea e até na seleção brasileira.
Mauricio Figueiredo
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